Codependência química: o que é? Como se Libertar?
Você pode até já ter ouvido falar sobre codependência química, mas sabe o que esse termo significa? Já sabe quais as implicações desse problema nas relações? Esse é um assunto sério, que merece atenção e precisa ser esclarecido. Isto é algo tão destrutivo quanto a própria dependência química.
Por isso, continue acompanhando nosso texto e saiba o que é codependência química, como ela influencia a vida das pessoas, quais os sinais e sintomas do problema e quais os caminhos para superar essa condição. Dessa maneira, descubra como desatar os nós que sustentam as relações adoecidas entre o dependente e as pessoas que o cercam. Não deixe de ler!
O que é codependência química?
Este termo refere-se à dificuldade de construir e manter relações intra e interpessoais saudáveis. Em vez disso, os vínculos formados se tornam desgastantes e prejudiciais para ambas as partes envolvidas.
Então, codependência é como um vício pelo sofrimento. Isto significa criar uma dependência emocional e insistir em uma relação conturbada. Também refere-se a habituar-se ao que nos faz mal e viver em ciclos viciosos, que criam amarras quase impossíveis de soltar.
Assim, o próprio termo "codependência" indica que existe uma relação de dependência e isso nos faz pensar no envolvimento com algum vício. No entanto, esse tipo de vinculação também pode acontecer, além do núcleo familiar, em outros contextos, como no ambiente de trabalho e entre amigos.
Estes vínculos codependentes costumam acontecer entre pessoas da família, principalmente quando há dependência química envolvida, mas isso não é regra. Esse elo disfuncional também pode se desenvolver entre marido e mulher ou entre pais e filhos menores, mesmo que não haja um vício químico propriamente dito.
Por exemplo, a mãe que é condescendente com todos os comportamentos inadequados de um filho, porque não quer chateá-lo com repreensões. Ou, então, a esposa que aceita calada o descaso do marido, por medo de que o casamento acabe.
Mas, quando há dependência química, o caso é ainda mais complexo. Isso porque o abuso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, gera consequências que vão além dos efeitos físicos causados no adicto. Este problema tende a tomar proporções gradualmente maiores e afetar a família inteira.
Cada pessoa que convive com o adicto e que estabelece com ele uma relação de codependência desenvolve um acúmulo de sofrimento, porque soma seus próprios conflitos internos à situação que já é destrutiva. Na família, os impactos da dependência química são percebidos na instabilidade dos relacionamentos e na disfunção dos vínculos afetivos.
Quais os efeitos da codependência?
O codependente pensa que sua felicidade depende da pessoa que ele tenta ajudar e passa a oferecer ajuda pelos caminhos errados: seja com permissividade, tolerância e compreensão excessivas em relação aos abusos, seja por meio de controle, autoritarismo e críticas constantes às atitudes do outro.
É comum que o codependente coloque as necessidades do outro acima de suas próprias. E isso faz com que se desenvolvam relacionamentos contraditórios, nos quais os comportamentos de afeto e agressão são manifestados simultaneamente. Nesses casos, ambas as partes da relação estão fortemente envolvidas e não conseguem se desvincular uma da outra.
Quando alguém abusa do álcool ou de outras drogas e se torna um dependente, tende a perder, gradativamente, o controle de sua vida e abandonar suas responsabilidades. Nessa hora, a família ou os mais próximos podem começar a assumir funções que foram deixadas de lado pelo dependente químico.
São contas a pagar; comparecer ao trabalho, enquanto ainda estiver empregado; todos os assuntos relacionados às crianças, quando há filhos na família; compromissos com amigos e familiares; atividades sociais e até o autocuidado. Tudo isso começa a ser negligenciado quando as substâncias químicas passam a ser a única prioridade na vida da pessoa.
Todas as atividades e obrigações das quais alguém precisa cuidar e resolver no dia a dia são absorvidas pelas pessoas mais próximas ao adicto. Em geral, são os membros da família que assumem essa função.
Essa dinâmica adoece a família como um todo e prejudica cada membro individualmente, considerando que cada um já carrega sua própria bagagem de dificuldades, dores e conflitos.
Como identificar a codependência química?
Progressivamente, a codependência adoece as pessoas envolvidas em relacionamentos destrutivos. Este problema tem reflexos que vão desde o desgaste emocional até o declínio do desempenho nas atividades diárias, chegando ao surgimento de transtornos psicológicos — como ansiedade e depressão.
No entanto, a pessoa que enfrenta essa confusão emocional nem sempre consegue compreender o que sente. Ela se deixa invadir por sentimentos de amargura, aflição, ressentimento e mágoa. Assim, culpa a si mesmo e ao outro, mas acaba se habituando ao sofrimento e não consegue soltar as amarras que a prendem nessa relação.
O mais doloroso de tudo isso é que o codependente não se sente pronto para transpor essa barreira emocional e encontrar outra forma de viver. Ele acredita que carrega nas costas o compromisso de salvar o outro. Esta é uma ilusão de responsabilidade pela vida e pelo bem-estar alheio.
Porém, na verdade, não se trata de amar o outro incondicionalmente e fazer tudo pela felicidade dele, porque a codependência química é um mal da mente e não do coração. Então, qual o preço que se paga por isso?
Neste tipo de relação disfuncional, as pessoas envolvidas são incapazes de enxergar o mal que fazem a si mesmas e aos outros. Elas não percebem que, em vez de ajudar alguém que amam estão sabotando ainda mais as suas chances de recuperação.
Aprenda a identificar se você é codependente
Agora, para identificar um quadro de codependência química, é preciso estar atento aos sinais e sintomas do problema, como:
- baixa autoestima: sentimento de culpa, excesso de autocrítica;
- ciúmes doentio: insegurança, medo de perder o amor do outro;
- controle compulsivo: necessidade de controle sobre si mesmo e sobre os acontecimentos externos e tentativas de fazer o outro mudar;
- repressão das emoções: inibição dos próprios sentimentos e dificuldade de compreender e externalizar o que sente;
- comunicação ineficiente: inabilidade para se expressar e estabelecer diálogos construtivos;
- carência afetiva: busca constante por afeto e reconhecimento;
- oscilação emocional: instabilidade e alternância entre heroísmo e vitimismo;
- excesso de cuidado com o outro: senso desmedido de proteção e responsabilidade;
- negação: não aceitação de que existe um problema que precisa ser enfrentado.
Como se libertar desse sofrimento?
Na prática, nada é tão fácil quanto as teorias ensinam, sobretudo quando se trata de emoções. Mas, o primeiro passo para se libertar da codependência química é se conscientizar de que esse vínculo afetivo já adoeceu e se tornou um problema na vida da pessoa. Contudo, para chegar a essa conclusão, é necessário observar e identificar o que está errado na relação, se tem sido um elo construtivo ou destrutivo.
Iniciando por esta constatação de que é preciso se desvencilhar desse problema, o codependente deve desenvolver o autoconhecimento e aprender a reconhecer suas próprias vontades e necessidades. Essa é a mola propulsora para começar a vislumbrar a vida de outra forma e descobrir que é possível viver com mais leveza.
Por certo, a psicoterapia pode ser muito útil nesse processo de redescoberta de si mesmo. E, no caso de dependência química, é fundamental lembrar que a família inteira precisa de tratamento, porque todos adoecem juntamente com o adicto.
Também os familiares também podem procurar auxílio em grupos de apoio — como o Amor Exigente, o Al-Anon e o Nar-Non — para saber como lidar com seus dependentes no pré, durante e pós-tratamento. Dessa forma, as pessoas próximas ao adicto adquirem mais estrutura para enfrentar essa situação e aprendem a não sucumbir a possíveis manipulações.
Explorando os Benefícios dos Três Tipos de Internação: Voluntária, Involuntária e Compulsória
A internação é uma medida crucial em contextos médicos e de saúde mental, muitas vezes necessária para proporcionar cuidados intensivos a pacientes que enfrentam condições agudas ou graves. Existem três tipos principais de internação: voluntária, involuntária e compulsória. Cada uma dessas formas de internação possui seus próprios benefícios e finalidades específicas, destinadas a garantir o tratamento adequado e o bem-estar dos pacientes.
1- Internação Voluntária:
A internação voluntária ocorre quando um paciente decide buscar tratamento por conta própria e concorda em ser admitido em uma instalação de saúde. Os benefícios dessa forma de internação incluem:
- Autonomia e Empoderamento: Os pacientes têm o poder de tomar decisões sobre sua própria saúde e bem-estar, o que pode promover um senso de controle e autonomia durante o processo de tratamento.
- Colaboração no Tratamento: Quando os pacientes optam voluntariamente pela internação, é mais provável que se comprometam ativamente com o plano de tratamento, participando das terapias e seguindo as orientações médicas.
- Redução do Estigma: Ao escolher buscar tratamento por vontade própria, os pacientes podem sentir menos estigma associado à doença mental ou à necessidade de cuidados médicos, o que pode encorajá-los a buscar ajuda mais cedo.
2- Internação Involuntária:
A internação involuntária ocorre quando um paciente é admitido em uma instalação de saúde sem o seu consentimento, geralmente devido a uma avaliação médica que determina que ele representa um risco significativo para si mesmo ou para os outros. Os benefícios dessa forma de internação incluem:
- Proteção e Segurança: Em situações em que um paciente não está em condições de tomar decisões por si mesmo, a internação involuntária pode ser necessária para protegê-lo de danos ou perigos iminentes.
- Acesso a Cuidados Médicos: Para pacientes que se recusam a buscar tratamento, a internação involuntária pode fornecer acesso imediato a cuidados médicos e psiquiátricos essenciais, salvando vidas e ajudando a estabilizar condições de saúde graves.
- Avaliação Adequada: A internação involuntária permite uma avaliação completa da condição do paciente por profissionais de saúde, garantindo que ele receba o tratamento mais apropriado e individualizado.
3- Internação Compulsória:
A internação compulsória é o tipo mais restritivo de internação, ocorrendo quando um paciente é admitido em uma instalação de saúde contra a sua vontade e sem revisão ou autorização prévia. Os benefícios dessa forma de internação incluem:
- Intervenção em Crises Graves: Em situações de emergência ou crises de saúde mental que representam um risco iminente para o paciente ou para os outros, a internação compulsória pode ser necessária para garantir uma intervenção rápida e eficaz.
- Proteção da Comunidade: Em casos em que um paciente representa uma ameaça clara e imediata para a segurança pública, a internação compulsória pode ajudar a proteger a comunidade contra comportamentos perigosos ou violentos.
- Estabilização e Tratamento Intensivo: A internação compulsória permite que os pacientes recebam tratamento intensivo e monitoramento constante, ajudando a estabilizar condições de saúde mental agudas e a prevenir danos a si mesmos ou aos outros.
Em resumo, os diferentes tipos de internação - voluntária, involuntária e compulsória - desempenham papéis importantes na prestação de cuidados médicos e de saúde mental. Embora cada forma de internação tenha seus próprios benefícios e implicações legais, todas as formas de internação sejam realizadas de maneira ética, respeitando os direitos e a dignidade dos indivíduos, e priorizando sempre o bem-estar e a recuperação dos pacientes.
Auxílio-Doença para Dependentes Químicos:
O auxílio-doença é um benefício previdenciário oferecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Brasil, destinado a trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados de realizar suas atividades laborais devido a problemas de saúde. Quando se trata de dependência química, o acesso ao auxílio-doença pode oferecer uma série de benefícios e direitos importantes:
- Acesso a Tratamento Médico e Terapêutico: O auxílio-doença proporciona ao dependente químico a oportunidade de se afastar temporariamente do trabalho para buscar tratamento médico e terapêutico adequado para sua condição. Isso pode incluir internação em clínicas de reabilitação, consultas com profissionais de saúde mental, participação em grupos de apoio, entre outros.
- Estabilidade Financeira durante o Tratamento: Ao receber o auxílio-doença, o dependente químico pode contar com uma fonte de renda temporária enquanto se dedica ao seu processo de recuperação. Isso ajuda a reduzir o estresse financeiro e permite que o indivíduo se concentre totalmente em sua saúde e bem-estar, sem se preocupar com questões financeiras imediatas.
- Proteção contra Desemprego e Perda de Renda: Em muitos casos, a dependência química pode afetar negativamente o desempenho no trabalho e até mesmo levar à perda do emprego. O auxílio-doença oferece uma rede de segurança para os trabalhadores, protegendo-os contra a perda de renda enquanto estão temporariamente incapacitados de trabalhar devido à sua condição de saúde.
- Manutenção dos Direitos Previdenciários: Durante o período em que estiver recebendo o auxílio-doença, o dependente químico continua contribuindo para o sistema previdenciário e mantém seus direitos previdenciários intactos. Isso inclui a contagem do tempo de afastamento como período de contribuição para a aposentadoria, além da manutenção de outros direitos, como o acesso a benefícios por incapacidade permanente, quando aplicável.
- Apoio na Reintegração ao Trabalho: Após receber tratamento e se recuperar, o dependente químico pode retornar ao trabalho gradualmente, com o apoio de programas de reabilitação profissional oferecidos pelo INSS. Esses programas ajudam a reintegrar o indivíduo ao mercado de trabalho de forma segura e sustentável, fornecendo orientação e apoio para lidar com desafios relacionados ao emprego.
Em resumo, o auxílio-doença oferece uma série de benefícios e direitos importantes para os dependentes químicos, ajudando a garantir acesso ao tratamento, estabilidade financeira durante o afastamento do trabalho, proteção contra desemprego e perda de renda, manutenção dos direitos previdenciários e apoio na reintegração ao trabalho após a recuperação.
Benefícios da Internação
A internação em uma clínica de reabilitação para dependência química de álcool e drogas pode oferecer uma série de benefícios significativos para os indivíduos que lutam contra esses problemas. Aqui estão alguns dos benefícios mais importantes:
Ambiente Controlado e Seguro:
Clínicas de reabilitação oferecem um ambiente seguro e controlado, afastado de influências externas que possam desencadear o uso de substâncias.
Esse ambiente proporciona uma pausa no ciclo de abuso de substâncias, permitindo que os pacientes se concentrem totalmente em sua recuperação.
Tratamento Multidisciplinar e Personalizado:
As clínicas de reabilitação geralmente contam com equipes multidisciplinares de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos, terapeutas e conselheiros.
Essas equipes trabalham juntas para criar planos de tratamento personalizados, abordando as necessidades específicas de cada paciente, como desintoxicação, terapia individual e em grupo, educação sobre dependência, entre outros.
Desintoxicação Segura e Supervisionada:
Muitas vezes, a primeira etapa do tratamento para a dependência química é a desintoxicação, na qual o corpo se livra das substâncias tóxicas.
Nas clínicas de recuperação, a desintoxicação é realizada de forma segura e supervisionada por profissionais de saúde, que podem administrar medicamentos para ajudar a aliviar os sintomas de abstinência e garantir a segurança do paciente.
Aprendizado de Habilidades para a Vida:
- Durante a internação, os pacientes têm a oportunidade de aprender habilidades práticas e estratégias de enfrentamento para lidar com desafios do dia a dia sem recorrer ao uso de substâncias.
- Isso pode incluir habilidades de comunicação, resolução de problemas, gerenciamento de estresse e prevenção de recaídas.
Suporte Emocional e Social:
- A internação em uma clínica de reabilitação oferece um ambiente de apoio onde os pacientes podem se conectar com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes.
- O suporte emocional e social dos colegas e da equipe de tratamento pode ser incrivelmente reconfortante e motivador durante o processo de recuperação.
Prevenção de Recaídas:
- As clínicas para dependentes químicos fornecem estratégias e ferramentas para ajudar os pacientes a identificarem e evitar gatilhos de recaída.
- Além disso, oferecem apoio contínuo após a alta, incluindo planos de acompanhamento e recursos de suporte para ajudar os pacientes a manterem-se sóbrios e saudáveis após deixarem a clínica.
Em resumo, a internação em uma clínica de reabilitação para dependência química oferece um ambiente seguro e estruturado, com métodos de tratamento personalizado, suporte emocional e social, e ferramentas para ajudar os pacientes a alcançarem e manterem a sobriedade a longo prazo. Esses benefícios são fundamentais para promover uma recuperação bem-sucedida e uma vida saudável e feliz sem o uso de substâncias.
Para concluir...
Conseguiu compreender a gravidade da codependência química? Acreditar que esse tipo de relacionamento é puramente baseado no amor é um erro grave, que pode prejudicar ainda mais a pessoa que precisa de ajuda. Portanto, em uma situação complexa como a dependência química, a melhor saída é buscar auxílio profissional para todos os envolvidos.
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